Título: Todo Dia
Autor: David Levithan
Editora: Galera Record
Páginas: 280
Ano: 2013
"Todo dia A acorda em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor."
Você já imaginou como seria estar todos os dias em corpos e "vidas" diferentes? Pois é. É assim a vida do protagonista do livro em resenha.
A é um(a) adolescente de 16 anos que todos os dias acorda em um corpo diferente, podendo ser menino ou menina, onde permanece 24 horas apenas, antes de mudar de hospedeiro. Sua vida é basicamente viver a vida dos outros. Porém, ele tem personalidade própria e pensamentos únicos, que se adaptam a de seu hospedeiro, carregando consigo bastante conhecimento adquirido ao longo do tempo. O autor consegue abordar de forma majestosa a diversidade humana; trazendo de forma indireta assuntos como a diferença de culturas, pensamentos, problemas sociais e até mesmo doenças. Trazendo uma análise geral dos seres humanos e abordando diversos temas como a importância da aparência, o preconceito, relacionamentos familiares, depressão, rótulos, sexualide, etc. É um livro extremamente reflexível e tocante, que me fez pensar sobre minha forma de ver o mundo, sobre a diferença que nós criamos sobre algo ou alguém, quando na verdade tal diferença não exite.
A sempre acorda no corpo de alguém com a mesma idade que ele e nunca repete o corpo, sendo esse o único padrão existente. Nem ele mesmo se entende, e já cansou de procurar as respostas para isso, conformado então, com sua vida nada convencional e ditando para ele mesmo duas regras; nunca criar laços (evitando sofrimentos, pois no dia seguinte estará em um novo corpo e provavelmente nunca mais verá aquelas pessoas) e evitar estragos (vivendo o dia daquela pessoa da forma mais próxima que o dono do corpo viveria, sem alterar muita coisa). Por causa disso, A é uma pessoa solitária, sem pais, amigos ou um relacionamento amoroso. Um de seus principais medo é morrer sem ninguém sentir sua falta ou saber de sua existência.
Tudo começa a mudar quando A acorda no corpo de Justin, um garoto mal-humorado que parece não se importar com nada nem ninguém, e conhece sua namorada Rhiannon, por quem logo se encanta. Rihannon é uma garota insegura, que apesar de ser tratada como lixo por seu namorado continua apaixonada por ele. A encontra algo diferente em Rhiannon e sente uma necessidade de lhe dar um de seus melhores dias, quebrando sua própria regra de não alterar a vida do hospedeiro.
Nos dias seguintes, ele passa a se encontrar com Rhiannon em outros corpos, impressionado por não conseguir esquecê-la. O que sente por ela quebra todas as regras que estabeleceu e ele luta para quebrar todos os problemas e obstáculos. Mas será que Rhiannon o aceitará como ele é e será capaz de amá-lo? E será que é certo a interferência que ele passa a fazer na vida de seus hospedeiros? Esse é o ponto X do livro, que tem um enredo maravilhoso. O único ponto que faltou ter sido respondido é a questão de: o que A é afinal? O autor deu algumas dicas, mas não tantas que nos façam ter uma resposta concreta.
O livro mostra o quão imperfeitos podemos ser e que por mais que as vezes pareça que não tem saída, sempre há salvação. Nos faz ver de uma nova forma a definição de gênero e sexo ao questionar se o amor pode ultrapassar as aparências do corpo, seja ele masculino ou feminino. Eu odiei Rhiannon algumas vezes, em outras vezes a amei. Mas em todo momento eu consegui lhe entender e por isso achei a personagem bastante realista.
Essa é uma obra emocionante, que merece ser lida com atenção para não nenhum detalhe ser perdido.
Todo Dia é um livro diferente de todos que já li. É um livro original e inovador. Sua narrativa é em primeira pessoa e bastante gostosa de acompanhar. A edição do livro, capa e diagramação estão impecáveis. Tal obra superou todas minhas expectativas e é no momento o meu favorito. É sem dúvidas, magnífico. Merece ser lido por todos.

Fragmentos da obra:
"É isso que o amor faz: que você queira reescrever o mundo. Que você queira escolher os personagens, construir o cenário, dirigir o roteiro. A pessoa que você ama senta de frente para você, e você quer fazer tudo que estiver ao alcance para tornar isso possível, infinitamente possível. e quando são apenas vocês dois a sós numa sala, você pode fingir que é assim que as coisas são, que é assim que serão."
"As pessoas não dão valor à continuidade do amor, assim como não dão à continuidade do corpo. [...]"
"O passado não me ofusca, nem o futuro me motiva. concentro-me no presente, porque é nele que estou condenado a viver."
Resenha maravilhosa!
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Hehe' Obrigado Juninho! ponha logo a opção de seguir o blog no seu!
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